Existe uma real parceria entre pais e escola?
Que escolas
promovem palestras e reuniões úteis e práticas para orientar os pais de hoje? –
perdidos, movidos por culpa e excesso de proteção.
Escola e pais têm papéis diferentes, um não supri ou
substitui o outro. Mas há algo em comum entre elas além do aluno/filho – o
comprometimento com a proposta, que deve ser a mesma.
Muitos pais têm visões sobre como educar o seu filho que
diverge e muito em relação à filosofia da escola.
Como fica então o
desenvolvimento do aluno/filho?
Cada um defende um valor, segue uma conduta
diferente em casa e na escola e a criança fica entre gregos e troianos, sem
saber que direção tomar. E tudo isso na cabeça de criança é muito abstrato e
instintivo. Ela não entende nada sobre papéis, comportamentos, métodos,
crenças, pedagogia, valores…
Aos poucos, sem querer, ela passa a assumir
diferentes papéis dependendo da circunstância, ou melhor, local. Se ela está em
casa ela age de um jeito, na escola de outro. Concordo que são ambientes
completamente diferentes e que exigem do pequeno interações e comportamentos
diversos. Mas há um eixo, um núcleo que deve ser mantido – o limite, por exemplo.
O limite que escola dá para a criança é o mesmo que os pais definem em casa?
Quais são os acordos que a escola e pais fazem com a criança?
Acordos são
cruciais na vida da criança. É a linha mestra que ela deve permear para
estabelecer um vínculo com ela mesma e com os que a circundam. E acordos
diferentes, ou muitas vezes antagônicos, tornam crianças confusas,
inconsistentes e sem direção. E é esse perfil que ela irá carregar no futuro,
na sua vida adulta.
Como educadores e pais podemos facilitar a vida da criança
estabelecendo papéis complementares e que miram o mesmo horizonte.
Pais e escolas deveriam ter uma parceria bastante ativa
nesse processo. Por meio de palestras, reuniões ou indicações de leituras, essa
dupla poderia estabelecer uma linguagem, postura comum para que o
desenvolvimento da criança não sofresse tantas modificações de regras no meio
do jogo, ou até o que é muito comum, uma educação sem regra nenhuma. O que vale
é pelo lado da escola, manter o cliente, seja por corrupção da proposta, por
criar estruturas atraentes aos pais e , no caso os pais, o objetivo é facilitar
a vida deles, seja por omissão o excesso de permissão. É muito mais fácil
deixar o seu filho assistindo por horas os “sagrados” DVDS para que você possa
fazer algo mais interessante e legal do que ficar com o seu filho ou pagar o
preço que for para que uma babá, sem instrução alguma, o faça companhia. A
falta de tempo já não é mais desculpa, pois o pouco tempo que os pais têm para
ficar com os seus filhos, sempre há algo mais importante para fazer, e dar
atenção ao filho é, cá para nós, muito chato, não?
É triste, mas existe muita mentira e hipocrisia entre amores
e valores e o único que realmente sofre conseqüências nesse jogo de empurra é a
criança. Faço então um apelo para você que é educador ou pai: dedique-se, mas
dedique-se ao máximo que puder quando estiver com seu aluno ou filho, dê a ele
tudo o que precise – seja um afetuoso abraço, um olhar que vale mais de mil
palavras, uma bronca na hora certa e saiba que tudo o que você fizer com amor e
valor será eterno e fará parte de toda a trajetória de vida desse ser, que
depende de como você o conduz no presente para determinar o que ele irá se
tornar no futuro.
(Cintia Auilo)



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